Introdução

É comum ouvirmos pessoas se queixarem por apresentar variações de humor, com duração de minutos ou horas, e que portanto seriam “bipolares”. É fundamental, portanto, saber que apresentar variações de estado de ânimo ao longo do dia é algo natural e esperado para todos os seres humanos, afinal é comum reagimos emocionalmente de forma diferente aos eventos no nosso entorno. O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) – ou simplesmente Transtorno Bipolar – no entanto, é um transtorno psiquiátrico caracterizado por graves alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de euforia (também conhecidos por episódios de mania), em diversos graus de intensidade, dando a sua característica espectral/dimensional de apresentações, gerando grave alteração na qualidade de vida do paciente e nos familiares e amigos próximos. É um transtorno psiquiátrico frequente, com prevalência estimada, no subtipo I – que se caracteriza pela presença de episódios de depressão e de mania – de cerca de 1% da população geral, e no subtipo II – caracterizado pela alternância de depressão e episódios mais leves de euforia, denominada hipomania – de até 8% da população. Dessa maneira, avalia-se que cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores do TAB, nas suas diferentes formas de apresentação.

Sintomas frequentes

Os sintomas mais marcantes do TAB acontecem em fases variáveis de humor, que podem ser agrupadas em: episódios depressivos, episódios mistos e episódios de euforia – sendo a euforia um estado de extrema excitabilidade (mania) ou excitabilidade intermediária (hipomania).

Na fase de mania, o indivíduo se apresenta extremamente ambicioso, agitado, por vezes irritado, com comportamento impulsivo, com muita energia para desenvolver suas atividades diárias, com pouca necessidade de dormir várias horas à noite para se sentir bem no dia seguinte, seus pensamentos e fala se tornam acelerados, há elevado interesse sexual, otimismo exagerado e aumento da autoestima, podendo acarretar gastos excessivos. Trata-se de um quadro muito intenso, de duração de ao menos 7 dias e que pode trazer muitos prejuízos físicos, financeiros e sociais para o indivíduo e seus familiares.

Na fase de hipomania, o paciente com TAB apresenta sintomas semelhantes aos da fase de mania, mas com menor intensidade, menor duração – geralmente 4 dias apenas – e menor impacto pessoal, social, ocupacional e familiar.

Na fase de depressão – assim como na depressão unipolar, embora os episódios depressivos de pacientes bipolares tendam a ser pouco diferentes e em geral mais graves – é comum o paciente bipolar manifestar sentimentos de profunda tristeza, culpa, sensação de vazio, desânimo, pessimismo, cansaço, redução do apetite sexual, falta de apetite alimentar e até mesmo pensamentos suicidas.

No estado misto, o indivíduo pode experimentar, ao mesmo tempo, sintomas depressivos e maníacos ou hipomaníacos. É comum apresentar desesperança, pensamentos melancólicos, falta de prazer em atividades antes prazerosas, mas ao mesmo tempo, inquietude, aumento de energia, aceleração do pensamento e fala, e a presença de irritabilidade pode ser um componente marcante. Em geral, é um quadro que causa muito sofrimento.

Causas

O TAB é um dos transtornos psiquiátricos com base genética mais bem estabelecida: 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar afetado, e filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados com a população geral. Apesar de grande componente genético, fatores estressores ambientais também são incluídos como causas predisponentes do transtorno. A associação com a dependência de álcool e drogas não apenas é comum (41% de dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga ilícita), como agrava o curso e o prognóstico do TAB, piora a adesão ao tratamento e aumenta em duas vezes o risco de suicídio.

Diagnóstico

O diagnóstico do TAB envolve uma avaliação médica completa, incluindo histórico médico, histórico familiar e sintomas. Um profissional de saúde mental pode realizar testes de humor, exames de sangue e outros exames para ajudar a determinar se o paciente tem TAB.

Tratamento

O tratamento para o TAB geralmente inclui medicamentos como estabilizadores do humor, antipsicóticos, anticonvulsivantes e antidepressivos, além de terapia comportamental para ajudar o paciente a gerenciar seus sintomas, bem como a prevenir recaídas. O tratamento também pode incluir medidas focadas em estilo de vida saudável, como dormir o suficiente, manter um horário regular de atividades, praticar exercícios regulares, alimentação saudável e evitar o uso de substâncias.

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