Introdução

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno com prevalência estimada ao longo da vida de 2,5% na população, que gera muito sofrimento ao portador do transtorno e à família, que muitas vezes modifica sua rotina para adaptar-se às necessidades do paciente, enquanto o tratamento não é iniciado.

Sintomas frequentes

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno psiquiátrico caracterizado por dois fatores que podem estar associados: a ocorrência de pensamentos intrusivos (obsessões) e/ou a presença de rituais repetitivos (compulsões). As compulsões podem ser ações ou pensamentos realizados na tentativa de anular ou neutralizar as obsessões.

Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes, vivenciadas como intrusivas e indesejadas, provocando ansiedade e estresse. O indivíduo com TOC tenta a todo custo suprimir, ignorar ou neutralizar as obsessões, muitas vezes fazendo uso de outro pensamento ou ação. Esse deslocamento dos pensamentos é o que denominamos compulsão. As obsessões podem ser compreendidas nas seguintes dimensões:

  • Obsessões de conteúdo de agressão, sexo ou religião
  • Obsessões de simetria e/ou ordenação
  • Obsessões de contaminação
  • Obsessões de colecionamento

Compulsões são comportamentos ou “atitudes mentais” repetidos em resposta a uma obsessão, realizados para prevenir ou aliviar o sofrimento da obsessão. Nem sempre as compulsões têm relação clara com o conteúdo das obsessões. Como exemplos de compulsões temos:

  • Limpeza: rituais compulsivos de lavar de mãos, escovar os dentes, etc;Verificação, checagem e reasseguramento: verificar repetidamente se as portas estão trancadas, se o fogão está desligado, confirmar informações por meio de checagem compulsiva repetindo diversas vezes perguntas;
  • Verificação, checagem e reasseguramento: verificar repetidamente se as portas estão trancadas, se o fogão está desligado, confirmar informações por meio de checagem compulsiva repetindo diversas vezes perguntas;
  • Ordenação e arrumação: enfileirar objetos, arrumar metodicamente por diversas vezes de acordo com critérios rígidos;
  • Contagem: contar lados de uma parede, ladrilhos no chão, repetir certo número diversas vezes, contar números ímpares, etc;
  • Simetria e lateralidade: arrumar objetos, tocá-los de forma simétrica, cuidado excessivo com o caimento de roupas de forma proporcional.

Vieses de pensamento são “distorções cognitivas” no modo como pessoas portadoras do TOC interpretam situações aversivas, relacionadas ou não às obsessões e compulsões. Estudos sobre o tema têm mostrado a ocorrência desses vieses, cujas apresentações mais comuns estão listadas a seguir:

  • Exagero com riscos, superestimando a gravidade de eventos negativos;
  • Exagero com responsabilidade, se responsabilizando exageradamente para prevenir situações negativas, como doenças, acidentes, desastres ou danos;
  • Valorização excessiva dos pensamentos e a necessidade de controlá-los, independentemente do conteúdo do pensamento;
  • Persistência intrusiva do pensamento: por serem pensamentos contrários à vontade do paciente, quanto mais se tenta afastar as obsessões, mais presentes elas se tornam;
  • Valorização da necessidade de se ter certeza: esforço descomunal para se ter certeza absoluta sobre tudo, geralmente associado a obsessões de dúvida e a compulsões de repetição, verificação e reasseguramento;
  • Perfeccionismo: busca por soluções perfeitas para os problemas, com metas exageradas, rígidas e geralmente inatingíveis.

Embora muitos pacientes com TOC apresentem sintomas ansiosos, essa não é uma premissa básica para a classificação diagnóstica do TOC, que pode ter apresentação bastante heterogênea de sintomas de ansiedade. O indivíduo portador do TOC pode inclusive apresentar vieses de pensamento e experiências fenômeno-sensoriais a depender da gravidade dos sintomas.

Causas

Uma somatória de fatores genéticos e ambientais está entre as causas mais prevalentes segundo resultados de pesquisas sobre o TOC. Estudos com gêmeos com TOC encontraram herança genética entre 45 a 65% nos casos de início precoce, e 27 a 47% em adultos. Pesquisas com o foco em famílias demonstram chances quatro vezes maiores dos familiares terem TOC quando há algum membro com TOC. Quanto à influência ambiental na doença, pesquisas encontraram aumento na prevalência de TOC em situações como desemprego ou inatividade profissional, separação, divórcio ou viuvez, uso de maconha/cocaína, e abuso ou dependência de álcool ao longo da vida. Há também maiores taxas de TOC entre adolescentes que sofreram mais eventos indesejáveis ao longo da vida.

Diagnóstico

O diagnóstico do TOC deve ser realizado pelo médico psiquiatra. Por muitos anos, o TOC foi classificado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) – elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria – no capítulo dos transtornos de ansiedade. No entanto, na última edição publicada desse Manual, o DSM-V passou a incluir o TOC em um capítulo separado denominado Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Associados. Os outros transtornos incluídos neste capítulo são o Transtorno Dismórfico Corporal, Tricotilomania, Transtorno de Acumulação e Dermatotilexomania (Transtorno de Escoriação ou Skin Picking).

Tratamento

O Tratamento do TOC se baseia em duas vertentes: farmacológica e não farmacológica. A terapia farmacológica, segundo as pesquisas mais recentes, pressupõe a administração de medicamentos inibidores seletivos ou não seletivos da recaptura de serotonina, ou ainda os da classe dos tricíclicos. A escolha do medicamento é realizada individualmente pelo psiquiatra, que deve avaliar qual o perfil mais apropriado para cada paciente e a dosagem necessária. Já o tratamento não farmacológico mais eficaz para o TOC é a Terapia Comportamental, na qual é feita a Análise Funcional do comportamento, identificando o contexto de vida na instalação e na manutenção do transtorno, o que permite a personalização do tratamento em cujas sessões são trabalhadas, entre outras, técnicas de “exposição com prevenção de respostas”. Dois outros tipos de terapêutica do clínico comportamental são a Terapia de Aceitação e Compromisso e a Psicoterapia Analítica Funcional. A combinação de terapia comportamental com a medicação é a alternativa de maior sucesso para o tratamento do TOC. Pelo fato do transtorno na grande maioria das vezes envolver também a família, a psicoeducação – ensino ao paciente e à família sobre o que é o transtorno e seu tratamento – é parte importante da intervenção do psiquiatra e do terapeuta comportamental.

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