Como o Cérebro Reage às Videochamadas? Uma Perspectiva Psiquiátrica sobre Interações Virtuais

janeiro 22, 2024
Posted in Notícias
janeiro 22, 2024 Arthur

No mundo contemporâneo, as videochamadas tornaram-se um componente crucial da nossa comunicação diária, especialmente após a pandemia. Este método de interação, embora prático, tem demonstrado ser exaustivo e menos satisfatório do que as interações presenciais. Estudos recentes apontam para uma explicação fisiológica interessante, sugerindo que o cérebro processa as interações por meio de telas de maneira diferente das interações cara a cara.

A Dra. Joy Hirsch, Ph.D., professora de psiquiatria, medicina comparativa e neurociência na Yale University, liderou um estudo publicado no periódico “Imaging Neuroscience”. Ela aponta que a videochamada é um sistema de comunicação social mais pobre em relação às condições presenciais. Este estudo revelou que os sistemas sociais do cérebro humano ficam mais ativos em encontros face a face do que nas videochamadas.

Pesquisas anteriores, incluindo estudos da Columbia University e da Stanford University, já haviam sugerido que as interações virtuais não equivalem às interações presenciais. Estas pesquisas mostraram que as videochamadas sufocam a criatividade e resultam em menos ideias de negócios do que as reuniões presenciais. Há também a emergência do fenômeno conhecido como “fadiga do Zoom”, uma referência à exaustão associada a uma das principais plataformas de comunicação por vídeo.

O estudo mais recente proporciona insights sobre como, em comparação com as interações presenciais, há uma redução significativa na atividade cerebral e na troca de pistas sociais como expressões faciais, linguagem corporal e entonação da voz, durante as videochamadas. Os pesquisadores observaram que, em encontros presenciais, os participantes apresentaram níveis mais elevados de atividade neural sincronizada, mais tempo de contato visual direto e maior excitação, conforme indicado por diâmetros pupilares maiores. Esses achados foram corroborados por maiores ativações do córtex dorso-parietal e oscilações teta na eletroencefalografia, associadas ao processamento facial.

As interfaces virtuais, com suas limitações, interferem na troca de sinais sociais. O contato visual direto é quase impossível em uma videochamada, e a tecnologia atual pode limitar nossa capacidade de detectar movimentos faciais sutis. Além disso, o ângulo de uma webcam típica pode distorcer as informações visuais.

Embora a adoção de tecnologias de reuniões virtuais continue a crescer, estamos apenas começando a compreender como o processamento de informações sociais difere nos contextos presenciais e virtuais. À medida que a tecnologia evolui, será interessante observar como essas diferenças na atividade cerebral mudam e como nós nos adaptamos a estas mudanças.

No entanto, é crucial não perder de vista a importância do contato social cotidiano. Em um mundo pós-pandemia, onde o trabalho remoto e a telemedicina se tornaram comuns, e grupos vulneráveis ficam em casa a maior parte do tempo, é essencial não nos restringirmos excessivamente às interações virtuais. As interações face a face são insubstituíveis pelos benefícios que oferecem para a socialização. Valorizar a interação presencial é um hábito saudável tão importante quanto qualquer outro na manutenção do bem-estar mental e social.

 

Fonte: https://doi.org/10.1162/imag_a_00027

, , , , , , , , , , , , , , , ,

Agende sua consulta conosco!

Clique no botão abaixo para encontrar um horário disponível com o Dr. Arthur H. Danila!

×

Olá

Por favor, clique no botão do WhatsApp para entrar em contato conosco, ou nos envie um e-mail para danilaclin@gmail.com

 

× Como podemos te ajudar?